Quando ouvi pelas 1ªs vezes aquele falsetto metálico – nas colaborações com Massive Attack e na compilação “Dubwise and Otherwise”, que comprei por ½ dúzia de libras – julgava que o mesmo era fruto de técnicas de manipulação sonora, não acreditando que fosse reproduzível ao vivo.
Uma das revelações do 1º concerto realizado no Pavilhão Atlântico foi, assim, testemunhar que Horace Andy conseguia afinal, graças apenas aos seus dotes vocais, não só transportar aquele tom único para o palco como ainda ampliá-lo em potência e doçura, conferindo um toque de esperança à sonoridade densa do colectivo britânico.
Uma das revelações do 1º concerto realizado no Pavilhão Atlântico foi, assim, testemunhar que Horace Andy conseguia afinal, graças apenas aos seus dotes vocais, não só transportar aquele tom único para o palco como ainda ampliá-lo em potência e doçura, conferindo um toque de esperança à sonoridade densa do colectivo britânico.

Nos concertos em nome próprio, então, a rendição foi plena – 1º no Clube Lua, num espectáculo que em muito subiu a fasquia das performances de reggae a que já assistira.
Ontem, antes desta voz essencial da música jamaicana entrar no palco dos Jardins do Casino Estoril, já antecipava uma grande noite, e Horace Andy (que se manteve incógnito durante o concerto da banda de abertura, debaixo de um fato prateado a lembrar os adereços cósmicos de Lee “Scratch” Perry) teve uma prestação que renovou a vontade de o voltar a aplaudir e comungar da sua música. Jah Bless!
Foto: Mauro Mota.
2 comentários:
Horace Andy não é nada mau (eu não conhecia), mas eu acredito que mais de metade do pessoal presente (eu incluído) estava lá pelos Incognito...concerto de estalo! Definitivamente foi um concerto partilhado, não houve uma banda de aquecimento. Duvido que o HA juntasse + de uma/duas centenas de adeptos, fruto do vazio que se faz sentir nos círculos da música não comercial ou pelo menos não "comercialmente canalizada". E se o fizesse seriam aqueles que são chamados de "velhadas". Infelizmente.
Permito-me discordar.
Os Incognito, que deram um concerto competente para um público nostálgico do seu acid-jazz, abriram para Horace Andy - o qual tem muitos mais do que uma/duas centenas de adeptos, como se viu, aliás, no concerto que tinha dado no ano anterior no Clube Lua.
Eu fui aos jardins do casino com cerca de duas dezenas de amigos, os quais se deslocaram ao Estoril principalmente por causa do Mestre.
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